sábado, 18 de setembro de 2010

ICMS para Contadores

Estive rescentimente num mini curso direcionado para contabilistas e estudantes.

O curso tratou sobre o ICMS no estado de Sergipe, com diversas particularidades.

O facilitador, Sr. José Antônio, Auditor da receita estadual (SEFAZ) elencou diversas situações na seara do ICMS, onde foi possível sanar muitas dúvidas existentes...

recomendo a todos...

sábado, 5 de junho de 2010

Certificação Digital

POR IVAN MATOS

Certificação Digital É a tecnologia que provê o processamento de dados e a troca informações entre cidadãos, governo e empresas, com a adoção de mecanismos de segurança capazes de garantir a autenticidade, a confidencialidade e a integridade às informações eletrônicas.
Assinatura Digital

Também chamado de resumo criptográfico, ou impressão digital, é uma função utilizada como um meio de aumento de desempenho de processos, já que os algoritmos de criptografia assimétrica são mais lentos se comparados aos de base simétrica.

Em suma, se comparado a todo processo de assimetria, os resumos criptográficos reduzem o tempo de operação, por que são tecnicamente menores que os documentos assimétricos, consumindo assim um menor tempo para a validação de seus processos, sem alterar a estrutura do documento.

Certificado Digital

O certificado digital é um documento eletrônico assinado digitalmente e cumpre a função de associar uma pessoa ou entidade a uma chave pública. Assim, ele comprova a identidade de uma pessoa, uma empresa ou um site, para assegurar a realização de transações on-line e a troca eletrônica de documentos, mensagens e dados

Um Certificado Digital normalmente apresenta as seguintes informações:

nome da pessoa ou entidade a ser associada à chave pública;
período de validade do certificado;
chave pública;
nome e assinatura da entidade que assinou o certificado.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

NF-e

Boa tarde pessoal;

A NF-e já é uma realidade no cotidiano de muitas empresas.
A meta do governo em 2010 visa alcançar diversos seguimentos e transações, todos em prazos distintos.

Estes planos já se encontram em andamento desde Abril de 2010, e inicialmente estão se enquadrando nestas condições os Industriais e Atacadistas; (Lista de contribuintes no site do SEFAZ/SE).

A bola da vez, esta em relação ao seguinte ponto: Até dezembro de 2010, o SEFAZ/SE irá se pronunciar em relação aos Contribuintes que realizam operações interestaduais e que tenham contrato mercantil com a administração pública (Licitações), pois estes também serão enquadrados.

A pergunta é:
SUA EMPRESA JÁ ESTÁ PREPARADA PARA ESTAS MUDANÇAS?


Conheça o projeto NF-e com quem está atento as diversas mudanças e não corra o risco de ser PENALIZADO.

Ligue: (79) 9920-5073 – (79) 3631-4049
Ivan Matos – PJ Escritório Contábil


Atuamos com treinamentos e consultorias.

sábado, 8 de maio de 2010

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS

Por Ivan Matos Carvalho

RESUMO

O comitê de pronunciamentos contábeis é uma entidade criada através da união de diversos órgãos e instituições, com o intuito de aperfeiçoar os processos de convergências das principais normas contábeis do nosso país, harmonizando-as segundo as necessidades internacionais. Sua atuação ajudou a elevar a presença do Brasil diante do mercado internacional, e principalmente a fortalecer a atuação do profissional e da ciência contábil neste país.

Palavras chave: convergência, normas contábeis, harmonização, mercado internacional.

ABSTRACT

The committee's pronouncements is an entity created through the union of various institutions and bodies, in order to improve the process of convergence of the main accounting standards of our country, aligning them according to international requirements. His performance helped boost Brazil's presence on the international market, and especially to strengthen the role of professional and science books in this country.

Keywords: convergence, accounting standards, harmonization, international market


INTRODUÇÃO

A contabilidade no Brasil, desde seu surgimento, sempre se demonstrou fortemente embasada pelas práticas tributárias vigentes ao longo dos anos. Contudo, diante de uma amplitude econômica global, esse campo de trabalho passou a exigir cada vez mais de premissas que pudessem nortear o crescimento de sua atuação. Após alguns anos, criou-se uma entidade capaz de orientar estudos e ações contábeis dentro do país, voltado principalmente para harmonização dos preceitos contábeis internacionais. Esta entidade é o comitê de pronunciamentos contábeis, e foi criada com o intuito de estudar e divulgar princípios, normas e padrões de contabilidade e auditoria compatibilizada com a atual realidade do mundo.
Para o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a internacionalização das práticas contábeis resume-se entre diversas situações, na busca pelas reduções de riscos nos investimentos internacionais, relativo a empréstimos financeiros ou sob o prisma das participações societárias, inerentes ao entendimento das demonstrações contábeis elaborados das mais diversas formas. Neste sentido, com a força deste órgão foi dado o pontapé inicial para a criação do CPC (comitê de pronunciamentos contábeis).

O CPC representa a perspectiva de importantes avanços no caminho da atualização e da modernização de normas e preceitos contábeis. Na perspectiva da história, ele é o resultado da abertura da economia brasileira para o exterior, a qual colocou nossas empresas em contato direto com economias mais avançadas, inclusive com títulos negociados nas bolsas de maior movimento do mundo, e ao alcance dos investidores sediados em outros países. (Integrantes do CPC, 2009, p. 5)

1. FORMAÇÃO

Criada pela resolução do conselho federal de contabilidade 1.055/2005, o comitê de pronunciamentos contábeis conta hoje com uma estrutura, resultante das interações de diversos órgãos governamentais, da iniciativa privada e do campo acadêmico. Em sua atual composição estão as seguintes entidades: CFC, IBRACON, FIPECAFI, BM&F BOVESPA, APIMEC e ABRASCA, todas focadas no processo de sintonização da atuação do CPC diante da sociedade.
A formação deste comitê também partiu da premissa de que diversos órgãos neste país buscavam regulamentar procedimentos adotados no campo econômico societário. Assim, com o apoio do Banco Central do Brasil e do Ministério Fazendário fortaleceu-se a ideia da criação de uma entidade que centralizasse a necessidade de normatização neste campo de atuação.
Uma das características básicas do comitê é sua liberdade em relação as tomada de decisões diante das entidades representadas. Por este motivo, há uma grande importância na atenção dada aos seus pronunciamentos, pois ao se verificar, por exemplo, se alguma norma ou procedimento adotado produzirá elevação dos custos tributários, este órgão atuará de modo a minimizar as possíveis resistências à adoção de procedimentos modernizantes.
A estrutura de formação é desenhada através de assembleias realizadas pelos presidentes das entidades vinculadas, onde seus representantes atuaram com mandatos de 2 a 4 anos. A maioria de seus componentes deverão ser contadores, com registro ativo em Conselho Regional de Contabilidade, todos com íntegra reputação e reconhecido conhecimento técnico em sua área. Sua divisão de atuação é delimitada por quatro coordenações, sendo estas de operações, de relações institucionais, de relações internacionais e técnica. A coordenação de operações relaciona-se com o CFC visando o correto funcionamento do comitê, atuando através das audiências publicas onde são submetidos seus pronunciamentos e demais divulgações. A coordenação de relação institucional garante a adoção dos pronunciamentos diante da aplicabilidade dos órgãos reguladores. Do mesmo modo, a coordenação de relação internacional, atua com vista à apresentação de suas normas diante dos diversos órgãos internacionais. Por fim, a coordenação técnica atua na convocação das reuniões deste comitê para posteriores deliberações.

2. OBJETIVOS

Em relação a seus objetivos, seu papel demonstra-se bastante amplo, e vão desde estudos de normas e situações de cunho contábil, até o desenvolvimento e o pronunciamento das mesmas diante do mercado e da sociedade como todo, tomando por base principalmente a harmonização com os padrões internacionais.
Antes de qualquer pronunciamento técnico, deverá este comitê, submeter suas pesquisas e deliberações a audiências públicas, visando à correta aplicação de sua atuação. Durante estas audiências, deverá o CPC consultar as mais diversas entidades participantes, sejam elas órgãos reguladores como a Receita Federal do Brasil, ou instituições de ensino e/ou de pesquisas em contabilidade, no intuito de se verificar o correto teor de aplicação dos estudos realizados.
Por fim, suas divulgações poderão ser adotadas como normas contábeis diante do Conselho Federal de Contabilidade, e da mesma forma ser adotados pelos mais diversos órgãos reguladores através de seus atos normativos, garantindo assim o correto fluxo de suas aplicações pelas empresas submetidas.

Art. 3º - O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. (Resolução do CFC nº 1.055/2005)

CONCLUSÃO

Em síntese, verificamos que a importância de um órgão capaz de orientar as situações contábeis de um país que almeja grandes resultados num mercado globalizado, há muito se fazia necessário no Brasil. Com este projeto reafirma-se a força de atuação de uma ciência com profissionais de altos níveis, que mantém aceso o crescimento da nossa economia diante das grandes exigências internacionais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 17 dez, 1976.
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, p.7, 28 dez, 2007.
BRASIL. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 28 dez, 2009.
BRASIL. Resolução CFC nº 1.055/2005. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 24 out, 2005.
GIROTTO, Maristela. A migração das normas contábeis brasileiras para o padrão internacional: especialistas analisam o processo. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, nº 175, p. 7-23, jan-fev, 2009.

O NOVO PAPEL SOCIETÁRIO DAS ENTIDADES BRASILEIRAS

Por Ivan Matos Carvalho

Considerada por vários especialistas como a maior alteração de práticas contábeis dos últimos 30 anos, a Lei nº 11.638 de 2007 buscou em sua estrutura, alcançar o padrão internacional de contabilidade (IFRS - International Financial Reporting Standards), adotado hoje por mais de 100 países, para adequar a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76) às atuais realidades econômicas do país e do mundo.
Muito esperada, esta lei reformulou a parte contábil da Lei 6.404/76, adequando-a às normas internacionais de contabilidade emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), e em consonância possibilitou a observância de sua aplicação a órgãos competentes como a comissão de valores mobiliários (CVM) e ao Banco Central do Brasil (Bacen). Mesmo diante das vastas mudanças, para grandes conhecedores da área, esta lei ficou em alguns pontos, com aspecto de legislação inacabada ou aprovada às pressas, o que resultou em questões não muito claras para seus aplicadores. Neste sentido, com o intuito de esclarecer e tornar sua aplicabilidade mais eficaz diante dos processos jurídicos, fora introduzida no ordenamento legislativo a MP nº 449/08, que trouxe consigo alguns ajustes necessários para recente legislação, simplificando questões de cunho contábil fiscal e societário. Esta medida, mesmo considerada por diversos parlamentares como “uma arbitrária reforma tributária, imposta pelo governo”, foi convertida em 27 de maio do ano corrente na Lei nº 11.941/09, confirmando a força de aplicação de suas novas orientações.
Em síntese, além do impacto trazido para o fim de convergência às normas internacionais, as principais mudanças apontadas por estas legislações à aplicação contábil, foram dadas a cerca das demonstrações financeiras, dos grupos de contas do balanço patrimonial, da representatividade e identificação de coligações entre investidas, além dos critérios de avaliações de seus investimentos e do tratamento dado para transformação de capital entre entidades.
Para relevância do estudo contábil societário, observamos, em primeira instância, que a Lei nº 11.638/07 tornou relevante algumas mudanças quanto às demonstrações financeiras aplicadas às entidades. Foram incluídas as demonstrações de valor agregado (DVA), aplicável tão somente às companhias abertas, e a de fluxo de caixa (DFC), que substituiu a obrigatoriedade da demonstração de origens e aplicações (DOAR). Além destas inclusões, foram feitas também alterações em alguns pontos do demonstrativo “Balanço patrimonial”. As mudanças aplicadas a este demonstrativo alcançaram a criação do subgrupo “Intangível”, que se refere ao tratamento dos bens incorpóreos, unindo-se aos já existentes como Investimentos, Imobilizado e Diferido, no grupo “Ativo Permanente”. Além deste ponto, observam-se as criações das contas de Ajuste de avaliação patrimonial e Prejuízos acumulados no grupo patrimônio líquido, ambas substituindo as “reservas de reavaliações” e “Lucros e prejuízos acumulados”. Torna-se importante frisar, que o fim da conta “lucros acumulados” já estava previsto na ordem da lei 6.404/76 através de outras alterações antecessoras a Lei 11.638/07. Esta anterior situação veio dispor que os lucros não destinados a “reservas de lucros” deveriam ser devidamente distribuídos como dividendos. Assim sendo, para o fim de entendimento, a lei 11.638/07, não mais prevê a existência da conta “lucros acumulados” no patrimônio líquido das empresas.
Para tanto, tais mudanças direcionadas ao balanço patrimonial acabaram por sofrer alguns impactos da medida provisória 449/08, precedida da lei 11.941/09. Para o ativo excluiu-se o subgrupo diferido, observando que o saldo existente desde 31 de dezembro de 2008 que não pudesse ser alocado a outro grupo, permaneceria no ativo sob esta classificação até sua completa amortização. Além desta importante exclusão, a aplicabilidade do art. 178 da lei 6.404/76 seguida de suas alterações, passou a expressar todo o ativo dividido em “circulante” e “não circulante”, o que representou o fim do termo “Ativo permanente” neste demonstrativo. Em síntese, o ativo “não circulante”, apresentado no ordenamento da MP 449/08, representa-se atualmente pelos subgrupos “realizável a longo prazo", “investimentos”, “imobilizado” e “intangível”.
Para o passivo deste demonstrativo, excluiu-se o grupo “Resultados de exercícios futuros”, ficando os saldos ainda existentes reclassificado no passivo não circulante em conta representativa de “receita diferida”, e em seguida substitui-se a nomenclatura exigível a longo prazo pelo termo “não circulante”, assim como proposto ao ativo. Para o patrimônio líquido, não houve alterações na redação legislativa, permanecendo a abordagem dada pela Lei 11.638/07.
Outra importante alteração na legislação contábil apresenta-se em relação à identificação de coligações entre as empresas, representada no âmbito do artigo 243. Anteriormente, a Lei nº 6.404/76 descrevia como tal, a participação entre empresas representada por 10% (dez por cento) ou mais, sem que uma detivesse controle sobre a outra. Com o advento da MP 449 (hoje Lei nº 11.941 de 2009), esta definição expressa um contorno mais restrito para tal situação, pois passa a considerar coligação, quando de um investimento de influência significativa no patrimônio da investida. Para tal, a redação legislativa aponta duas considerações a despeito do tratamento do que venha a ser “influência significativa”, a saber: considerar-se-á que haverá tal condição quando a investidora detiver ou exercer o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la; e presumir-se-á “influência significativa” quando a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, também sem o poder de controlá-la.
Em continuidade, seguindo o mérito da avaliação dos investimentos em coligadas ou controladas, a Lei 6.404/76 destacava anteriormente em seu artigo 248, que, em coligações, apenas as participações relevantes, cuja administração detivesse influência ou que representasse em mais de 20%, seriam avaliadas a valor de Patrimônio Líquido. Para o caso de investimentos em controladas, os mesmos já estariam enquadrados ao critério de avaliação do artigo. Esta redação, porém, recebeu uma influência significativa da Lei 11.638/07, incluindo na obrigação retratada a controladas, outras sociedades que fizessem parte de um mesmo grupo ou estivessem sob controle comum das referidas empresas.
Vista as alterações dadas ao artigo 243, percebe-se que houve a necessidade de enquadrar, “e não necessariamente alterar”, o artigo que tratava sobre os critérios para avaliações dos investimentos aqui já mencionados, ou seja, fez-se necessário reavaliar a abordagem dada ao artigo 248 da legislação através da idéia inserida pela MP 449/08. Realizando uma analogia simples, percebemos que, quando do anterior critério de coligação, ou seja, quando era possível encontrar coligação numa participação de até 10%, o artigo 248 idealizava que apenas era obrigatório utilizar-se de um critério que valorava o investimento pelo valor do patrimônio líquido, os investimentos “relevantes” em coligadas com influência na administração ou participações acima de 20% sem a observância de controle. Nota-se neste momento, que a redação anterior do artigo 248 remete ao que hoje seria a atual ideia dada ao critério de coligação entre empresas, e por tal motivo fez-se necessário enquadrar a abordagem deste artigo.
Em síntese, a alteração trazida pela MP 449/08 ao artigo 243, levou ao artigo 248, mesmo já alterado pela Lei 11.638, a delimitar em sua redação apenas a condição para tal avaliação, os “investimentos em coligadas ou controladas”, sem a necessidade de especificar percentuais e influências administrativas em seu texto, pois esta situação remetia anteriormente a uma ideia de exclusão de algumas coligações. Para o novo texto, a legislação definiu e delimitou o uso do método de equivalência patrimonial para a avaliação dos investimentos em todas as coligações, permanecendo ainda as alterações trazidas pela Lei 11.638/07.
Para a abordagem nos processos de transformação de capitais entre as empresas, houve uma simplória inclusão dada pela Lei 11.638/07 e que em seguida necessitou de novas orientações da MP 449/08. O artigo 226, que trata das operações de incorporações, cisões e fusões, passou a englobar, com a inserção da Lei 11.638/07, um novo parágrafo no texto legislativo, ao qual se delimitou que as referidas operações passariam a ser a contabilizadas pelo valor de mercado em qualquer situação. Para este caso, a MP 449/08 ou atual Lei 11.941/09 precisou enquadrar o novo trecho, passando a delimitar o poder de orientar tais normas à competência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Por fim, em relação à abordagem das consolidações das demonstrações contábeis, constata-se que não houve reais alterações nos procedimentos para tal situação, vista apenas mudanças na nomenclatura “ativo permanente” para o uso do termo “ativo não circulante”, definido pela inserção da MP 449/08 e permanecendo, assim, as mesmas orientações dadas pela lei das sociedades por ações.
Em conclusão à abordagem realizada aos principais pontos nas mudanças da lei das sociedades por ações, relevantes no primeiro momento tão somente ao âmbito societário, percebemos que tais alterações acabaram por direcionar os estudiosos e profissionais da área a uma importante posição no cenário contábil nacional, ligando-se diretamente as necessidades globais e do crescimento econômico do nosso país. É fato, que em algumas situações, a aplicação da MP na ordem contábil trouxe de forma necessária algumas neutralidades aos efeitos da Lei 11.638/07, vista as várias disparidades de informações em seu contexto, não significando porém, sem que entremos no mérito técnico de sua aplicabilidade, que sua inserção ou função foi posta a prova, pois é dito inegável sua grande contribuição à aplicação do novo papel da ciência contábil do nosso país às exigências do mundo.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 17 dez, 1976.
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, p.7, 28 dez, 2007.
BRASIL. Medida Provisória 449, de 03 de dezembro de 2008. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, p.41, 03 dez, 2008.
BRASIL. Lei nº 10.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 28 dez, 2009.
GIROTTO, Maristela. A migração das normas contábeis brasileiras para o padrão internacional: especialistas analisam o processo. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, nº 175, p. 7-23, jan-fev, 2009.
OLIVEIRA, Antônio Benedito Silva; ET AL. Métodos e técnicas de pesquisa em contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2003.

CUSTOMIZAÇÃO NA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO

Por Ivan Matos Carvalho
& Luana Rodrigues


RESUMO

A atividade logística é uma importante ferramenta de auxilio às tomadas de decisões das empresas, pois busca, através de seus processos, otimizar o fluxo de materiais e de informações, visando alcançar os melhores níveis de excelência operacional das entidades, com o fim garantir um maior potencial de competitividade em seus mercados. Esta atividade tem como principais fundamentos a movimentação dos produtos e de informações, o tempo, o custo e o nível de serviços ofertado aos seus clientes. Apoiando-se nesta premissa, é necessário que as empresas conheçam bem os custos incorridos a cada situação, e saibam de que forma aperfeiçoar seus processos. Com este intuito, a gestão das empresas apoia-se à Ciência Contábil, a fim de entender o potencial destas operações em confronto às suas possíveis diminuições patrimoniais. Com esta pesquisa, pretende-se demonstrar, através da gestão de custos, que a atividade logística não trata apenas de um processo que agrega valor aos estoques, pois sua correta utilização proporcionará informações gerenciais importantes para as tomadas de decisões. Por fim, dar-se-á uma maior ênfase à logística de distribuição e suas possíveis necessidades de terceirizações, com o fim básico de demonstrar as alternativas de se manter a competitividade dos negócios das empresas.

Palavras chave: atividade logística, otimização, custos, distribuição, terceirização.


ABSTRACT


The logistic activity is an important tool to assist decision-making businesses, it seeks through its processes, optimize the flow of materials and information, to achieve the highest levels of operational excellence of the entities, in order to ensure a greater potential of competitiveness in their markets. This activity has the main reasons the movement of products and information, time, cost and level of services offered to its customers. Relying on this premise, it is necessary that the companies know well the cost to each situation and know how they improve their processes. To this end, the management of companies is based in Science Accounting, to understand the potential of these operations compared to its potential property losses. With this research is to demonstrate, through the management of costs, the logistics activity not just a process that adds value to stocks, because its proper use will provide important management information for decision-making. Finally, it will give greater emphasis to logistics of distribution and their possible need for outsourcing in order to demonstrate the basic alternatives to maintain the competitiveness of business enterprises.

Keywords: logistics activity, optimization, cost, distribution, outsourcing.



Introdução

Em face dos grandes avanços econômicos e da alta competitividade de um mundo cada vez mais globalizado, desenha-se dentro das empresas uma real necessidade de se gerir e movimentar os resultados ocasionados por suas operacionalidades de maneira cada vez mais eficiente, buscando cada vez mais, os melhores resultados para seus acionistas. Diante disso, as entidades encontram como solução para esta demanda de trabalho, a visão estratégica da atividade logística em seu macroprocesso de atuação.
Assim, em busca de um entendimento inicial, delimita-se como atividade logística, a parte de um macroprocesso numa cadeia de suprimentos, responsável pelas operações dos planejamentos, dos controles dos fluxos e armazenagens de determinados bens, de maneira eficiente e eficaz, desde o ponto de surgimento ao consumidor final. Em continuidade, concluí-se que a busca pela satisfação do cliente, em tempo hábil, configurará para esta atividade como o seu principal objetivo. É fato, que estas referidas metas deverão ser rapidamente cumpridas, sob pena de tornar negativo o resultado da empresa, já que, se não houver satisfação de quem se submete aos serviços logísticos, em longo prazo também não haverá valor econômico positivo para as entidades.
Torna-se importante esclarecer enfim, o que representa uma cadeia de suprimentos e como identificar a atuação da atividade logística dentro deste macroprocesso. Num contexto amostral, diz-se que a chamada “cadeia de suprimentos” é um conjunto de organizações que se relacionam mutuamente através do elo logístico, agregando valor aos produtos e serviços em todo seu fluxo. Desta forma, entende-se que a logística trata a cerca das movimentações físicas dos bens através de seus serviços, e a citada cadeia é basicamente a formação de parcerias e/ou caminho por onde esta atividade atua.

A cadeia de suprimentos é constituída pelo conjunto de organizações que mantêm relações mútuas do inicio ao final da cadeia logística, criando valor aos produtos e serviços, desde os fornecedores até o consumidor final. Este conceito está associado ao um conjunto de fluxos físicos e de informações entre uma empresa e seus parceiros (fornecedores e clientes), gerenciado sob o princípio da busca e sustentação da vantagem competitiva pelas organizações envolvidas. (COSTA, 2008, p. 19)



1. Processos Logísticos

A atuação da atividade logística dentro das empresas dependerá inicialmente de vários processos. Demonstram-se como seus principais alicerces, os chamados “suportes de nível tecnológico”, que atendem e acompanham as necessidades diárias de toda a atividade, e os de nível intelectual, que representam a operacionalidade dos processos físicos da atividade.
Sendo assim, para que todos os processos sejam realizados dentro de uma cadeia, é de particular importância, que seus papeis atuem de forma sincronizada, para que possam gerar informações hábeis e precisas, suprindo as necessidades individuais e/ou agregadas das empresas. Além do uso atribuído ao capital intelectual, o manuseio de sistemas de informações, ou “suportes tecnológicos”, como citado anteriormente, representa um papel muito importante para mensuração dos custos incorridos num processo logístico. E, assim sendo, podemos considerar estes processos como a ferramenta primordial para gestão da atividade tanto na cadeia total de suprimentos como individualmente dentro das empresas.
Com base nestes alicerces, a atividade logística inicia sua atuação e aplicação de suas tarefas por meio de três processos básicos, a saber: abastecimento, planta ou operativa e distribuição. Para Costa (2008, p. 21), “processo é composto por um conjunto de subprocessos, atividades e tarefas que se inter-relacionam, no esforço de agregar valor e gerar bens e serviços, no intuito de atender às necessidades dos clientes internos e externos”.
Em relação à atuação da atividade logística, pode-se dizer que esta é composta por vários processos e subprocessos de trabalho, assim como em toda cadeia de suprimentos, sendo que a ligação entre seus procedimentos básicos resultam em diversas operações físicas e sistemáticas, dentre as quais se sobrepõem os subprocessos de armazenagens, transportes e gerenciamento de informações. Para Balou (2007, p.61) além do transporte, há também a manutenção de estoques e processamento de pedidos, assim como, uma série de tarefas diversas que apoiam o ciclo primário de administração e distribuição de materiais. Sendo elas: obtenção, embalagem de proteção, armazenagem, manuseio de materiais e manutenção de informações.
Ainda comentado por Costa (2008, p. 26), “os três processos descritos, que compõem o fluxo do produto, não devem atuar de forma isolada, visto que a busca de minimização dos custos acumulados, em um processo, pode acarretar uma elevação compensatória dos custos em um outro.” Neste ponto, é de suma importância que se entenda a atuação de cada processo, para que se verifique suas ligações.
Para logística de abastecimento, podemos verificar que sua atuação resume-se na colocação de materiais e seus componentes disponíveis à produção ou distribuição, trata-se assim, da entrada de mercadorias num determinado centro de trabalho. Esta atividade age através de diversos subprocessos e com um importante fluxo de informações, a fim de apoiar os demais processos que se seguem. Entendemos com isso, que o trabalho realizado neste âmbito, resulta na armazenagem de insumos ou produtos, que em seguida serão disponibilizados quando da venda ou solicitação para produção.
Na logística de planta, também chamada de operativa ou de atuação, a sua participação na cadeia destes processos, resume-se na movimentação interna ou externa de insumos para as linhas de produção, ou da estocagem para distribuição. Passamos então a concluir que o processo de planta logística, atua como intermediário entre os processos de abastecimento e de distribuição, realizando a operacionalidade das movimentações interna das entidades.
A atividade de distribuição por sua vez, é considerada para a logística como uma parte do marketing das empresas, pois está diretamente ligada aos seus processos de vendas e pós-vendas, procurando sempre agregar valor ao serviço prestado até o consumidor em questão. Este processo logístico é bastante significativo em empresas comerciais e industriais, e sua atuação abrange, entre vários subprocessos, um importante foco nos sistemas de informações, para que os envolvidos possam monitorar o fluxo dos bens distribuídos.

A distribuição é uma parte do composto de marketing (produto, preço, promoção e distribuição), que no âmbito dos subprocessos de armazenagens e transporte busca uma forma estratégica de agregar valor ao cliente. A logística de Distribuição, bastante significativa em empresas comerciais e industriais, tem seu processo inicial com o subprocesso de armazenagem, recebendo e estocando os produtos acabados da fábrica, como também, as embalagens adquiridas de terceiros. (COSTA, 2008, p. 24)

Para entendermos a mecânica e a importância desta tarefa, podemos citar, em síntese, seus principais subprocessos de atuação. A primeira fase é da solicitação da compra, em que o cliente adquire um determinado bem para entrega em seu domicilio. A informação de seu pedido viajará através dos recursos das tecnologias de informações envolvidas até os centros de armazenagens, que em seguida, disponibilizará o produto para entrega, iniciando a segunda fase do processo, chamada de processamento de pedido. Por fim, o produto seguirá para o fluxo realizado pelos setores de transportes, finalizando a atuação da atividade. Esta ultima etapa, como já dito, deverá ser realizada em tempo hábil para conclusão da venda nas condições exigidas pelo cliente. É importante salientar que, nesta fase do processo, a empresa poderá terceirizar a distribuição a partir de determinado ponto, tendo esta decisão o intuito de otimização tantos dos trabalhos envolvidos quanto da diminuição dos custos logísticos.
Podemos distinguir então, que o processo de distribuição logístico, poderá ser realizado dentro de empresas comerciais e ou industriais, ou por empresas especializadas nestes serviços, que formará um elo para uma cadeia de suprimentos e de valor para os clientes. Assim, é visto que, há empresas que podem realizar as operações logísticas através de seus três processos básicos, ou dividi-los entre diversas instituições especializadas. Neste ultimo caso, as divisões também podem representar uma diminuição significativa nos custos dentro das empresas interessadas e um aumento na qualidade dos serviços oferecidos aos clientes.
Tomando linhas finais na representação estrutural do macro-processo logístico, encontramos um vínculo, a dispor da administração de materiais no âmbito destas empresas em paralelo às atividades logísticas. Esta atividade até pode ser entendida como um simples processo de compras, mas seu potencial também abrange o gerenciamento das atividades de movimentação e estoque. Existem mais situações similares do que diferenças nas funções da distribuição física e da administração de suprimentos, sendo as diferenças uma questão de grau e da maneira com que os fluxos são iniciados. Agregar as atividades relacionadas à administração de materiais à logística como uma administração integrada, poderá melhorar a coordenação das atividades e diminuir o custo administrativo das empresas, desde que atuado sistematicamente.
Em síntese inicial, resumimos que a logística, em atividade, atua por processos que buscam agregar valor aos clientes internos e externos das mais diversas empresas, de forma sistêmica e eficiente, aperfeiçoando as operações das cadeias de suprimentos, proporcionando qualidade para as empresas envolvidas, e para seus consumidores finais. Para tanto, estas operações necessitam de gestões que possam proporcionar as empresas, o resultado eficiente esperado, desde que focados na mensuração dos custos envolvidos e na otimização de seus processos. Por conclusão de Martins (2006. p.373), “conseguimos isso por meio do gerenciamento otimizado do sistema logístico, ou seja, temos de tratar este sistema considerando os relacionamentos nele existentes, e saber que rapidez aumentada sem melhoria do sistema significa aumento de custo”
2. Custos Inerentes à Atividade

Em continuidade, vista ao conhecimento obtido sobre os processos que atuam na atividade logística deve-se realizar um apanhado geral sobre os custos envolvidos em cada situação, a fim de se entender até que ponto estes pode afetar o resultado de cada entidade. Inicialmente, podemos visualizar que os custos são facilmente identificados em todo macro-processo dentre diversas situações ao abastecimento, a planta e a distribuição. Em regra, os custos logísticos mais relevantes, encontrados nestes processos, estão relacionados a armazenagens e movimentação, aos transportes, as embalagens, a manutenção de inventário, as tecnologias da informação, os tributários e os de níveis de serviço.
Num ponto de vista geral, tratamos a seguir dos conceitos abordados pela logística integrada, que trata da junção destes custos, sobrepondo sua carga aos chamados ‘custos logísticos totais’. Neste ponto, esta atividade irá mensurar e aperfeiçoar todos os processos da logística de forma a garantir maior eficiência e eficácia para a gestão das empresas.

Pela ótica da logística integrada, os custos não podem ser vistos de forma isolada como se fossem elementos independentes, assumindo que possuem uma relação direta com outras categorias de custos. Desta forma, todos os custos decorrentes dos processos logísticos devem ser identificados e mensurados na análise do custo logístico total. (COSTA, 2008, p.46)

Como já abordado, o processo de armazenagem é basicamente um elo entre os fornecedores, a produção e os clientes, já que suas atividades vão desde a movimentação dos materiais, embalagens de produtos, ao acondicionamento dos estoques, sendo ligados intimamente ao manuseio físico dos produtos até o consumidor final. Os custos envolvendo estes processos relacionam-se às decisões operacionais dos armazéns no tocante ao acondicionamento dos estoques, sendo envolvidas questões de embalagens, estruturas para as locações dos produtos, inventários e suas diversas movimentações com vista a uma maior acessibilidade. Em continuidade, observa-se que as empresas devem estabelecer um organizado fluxo de movimentação dos produtos, com vista a otimizar seus processos e a minimizar seus custos totais. Várias podem ser as decisões tomadas pelos gestores, sendo estas até para aumentar determinado custo, desde que ao final, se apure um menor ‘custo logístico total’.
O processo de transportes é considerado o mais relevante dentro da cadeia logística por também formar uma ligação entre o fornecedor, a planta e o consumidor final, seu trabalho de distribuição está diretamente ligado ao marketing das empresas. Com vista na gestão de custos, as empresas podem ou não optar em terceirizar toda ou parcialmente as atividades de transportes exigidas pela empresa, sendo esta decisão analisada diante dos vários aspectos encontrados. Os custos desta atividade estão tradicionalmente relacionados, à distância percorrida, ao volume de carga transportada, a facilidade de acondicionamento, a facilidade de manuseio, ao mercado e a responsabilidade dos trabalhos realizados.
Em auxilio às atividades anteriores, estão também os chamados custos de embalagens, que tratam por assegurar a necessidade das empresas de manuseio e de movimentação dos bens envolvidos sem danificá-los. Podemos dividir estes processos de custos em duas situações óbvias, sendo a primeira, as embalagens para o consumidor com ênfase no marketing das empresas, e a segunda, as embalagens voltadas para as operações logísticas, que facilitaram os processos de trabalho.
Outros custos envolvidos à atividade logística vêm da manutenção dos estoques das empresas, que são incorridos através dos inventários realizados a cada situação. No momento da contabilização da compra de um item para o estoque deve-se observar a transmissão do direito de propriedade de bem, não sendo relevante o momento da posse física. Podemos então concluir que os elementos de estoque podem ser representados como físicos existentes, em trânsito, e em posse de terceiros. Desta forma, percebemos que há custos contábeis de formação dos estoques e em seguida, os custos imputados gerencialmente que versam sobre a movimentação destes, percorrendo assim os processos de inventários.

O fato de reduzir os níveis de estoque, sem uma análise preliminar sobre o grau de eficiência do transporte, do armazém e do processamento de pedidos, pode gerar um aumento no custo logístico total. Por outro lado, se nenhum dos membros da cadeia assumir os estoques, o consumidor terá de fazê-lo, ou pela espera do produto no ponto de venda, ou pelo incremento nos preços em razão do aumento dos custos em algum outro elemento da distribuição (por exemplo, nos fretes, por causa da frequência de embarque). Ao diminuir um custo, na esperança de obter alguma melhoria no processo de rentabilidade da empresa, o efeito pode ocorrer na direção contrária ao esperado. (COSTA, 2008, p. 104)

Em continuidade, dizemos que, na atualidade uma das ferramentas mais importantes para a logística está no uso das tecnologias de informações (TI’s). Estas, evidentemente, também representam uma boa parcela nos custos logísticos totais. Estes custos alcançam inicialmente os hardwares e softwares e suas respectivas depreciações e amortizações. Entretanto, além dos custos básicos desta ferramenta, em seus processos de atuação podem ocorrer os chamados custos ocultos, decorrentes de informações imprecisas ou incorretas, e outras falhas ou lentidões que possam vir a ocorrer.
Vale ressaltar que o uso destas tecnologias, em tese, também atua diretamente como mensurador dos custos da cadeia e assim sendo, identifica possíveis falhas ocorridas, que ao serem estudadas diminuirão os custos totais das empresas através do uso de diversos direcionadores.
Outros custos que envolvem a cadeia de logística são os decorrentes da tributação. No Brasil, há uma imensa carga tributária sobre diversas situações econômicas, dentre as quais encontramos uma boa parte nos processos logísticos, quando estes são “não recuperáveis”. Este vasto e complexo processo é muito importante para as empresas, sendo necessária uma extensa análise de seu impacto sobre suas operações. Seu reflexo mais importante está nos tributos que recaem sobre o fluxo de bens e serviços, também chamados de deduções operacionais.
Finalizando o apanhado geral dos tipos de custos que podem incidir sobre os processos logísticos, podemos citar como ponto primordial, os custos que decorrem do nível de serviço oferecido pela logística. Estes custos surgem dos aumentos dos níveis de estoques, de pessoal especializado, de TI’s ou outros diversos, e nascem das necessidades exigidas pelos clientes das empresas. O cálculo realizado pela entidade é definido como uma estimativa de atendimento, ou seja, até que ponto a empresa estaria disposta a atender as exigências de seus clientes.


É imprescindível verificar se a movimentação de materiais e produtos é necessária. Se for, deve-se verificar se a distância entre as operações é mínima, se o layout existente proporciona o melhor fluxo, se os materiais são estocados no ponto de uso, entre outros fatores. Normalmente, considera-se que esta atividade não agrega valor ao produto, portanto essas operações devem ser mantidas em nível mínimo. Para itens de baixo valor unitário, a proporção dos custos de manuseio e movimentação, em relação ao custo total, pode ser significativa e deve ser minimizada, para evitar desperdícios (custos ocultos). (COSTA, 2008, p. 79)

Após entendimento e visualização das diversidades de custos encontrados na atividade logística, avaliaremos mais afim os estudos e aplicações do uso inteligente destes, delimitando principalmente o tocante ao processo de distribuição da cadeia, expondo apenas uma visão geral sobre a alocação dos custos logísticos atuantes ao abastecimento e planta.
Para o processo de distribuição são imputados praticamente todos os custos existentes na cadeia logística, sendo estes bastante relevantes na atuação da atividade. Assim, podemos dizer que, os gastos após o processo de produção podem ser considerados como custo de distribuição, assim como aqueles ocorridos na transferência física do bem decorrente do pedido de venda. Contudo, podemos observar que os elementos de custos citados, também ocorrem aos processos de abastecimento e planta, pois estes são acima de tudo vistos como “independentes e harmônicos entre si”, sendo acumulados através da apuração dos custos logísticos totais.
Esta totalidade supracitada pode ser apurada com uma somatória simples dos vários elementos de custos individuais identificados a cada processo da empresa e/ou através da soma dos custos dos processos logísticos. Entre os diversos elementos de custos já mencionados, também encontramos os custos da administração logística, que são de grande importância para as conclusões dos trabalhos efetivos e que também farão parte dos custos logísticos totais.
Diante da atuação independente e/ou em conjunto de cada processo logístico, é necessário utilizar dentro das entidades, um estudo de um custeio que melhor se enquadra à situação logística das empresas. Neste caso, tratamos do chamado custeio ABC, que atua não somente na mensuração destes custos, mas também na otimização de seus processos.

O método de custeio ABC, no entanto, pode ser utilizado como uma ferramenta de gestão de custos, porque permite o aperfeiçoamento dos processos, na medida em que capta, em detalhe, as relações de causa e efeito e sua importância na geração de valor para a cadeia de suprimentos. (NOVAES, 2001. p. 245)

Com base na ideia da utilização do custeio ABC nas empresas como uso de ferramenta de gestão para os custos, onde este permitirá o aperfeiçoamento dos processos dos elos logísticos, mensurando em detalhes as relações de operações e sua importância na geração de valor para seus usuários, analisaremos sua aplicação, voltada especificamente aos processos de distribuição física da cadeia. Inicialmente, para a aplicação deste custeio realiza-se um estudo com o uso da contabilidade da empresa, onde o analista em questão avaliará e identificará as contas que se relacionam com a atividade abordada, agrupando-as em categorias. Além desta análise, devem ser identificadas pela engenharia de processos, as principais tarefas atuantes na logística, neste caso, na distribuição, alocando em seguida os recursos utilizados.
Em continuidade, buscam-se com este custeio, as relações de causa e efeito entre as utilizações dos recursos e as atividades da empresa. Seguindo tal passo, é necessário quantificar tais relações definindo os direcionadores dos recursos, adequados a cada situação. Estes direcionadores podem ser desenhados a cada momento, de acordo com a especificidade do processo, ou seja, numa atividade de grande utilização de mão de obra direta, poderá ser utilizado como direcionador dos recursos destas tarefas, o número de funcionários ligados as suas atuações.
Terminada a etapa anterior, já estarão delimitados e distribuídos os custos de cada atividade da empresa, ou seja, para este caso já será possível identificar o custo utilizado no processo de distribuição física, e visualizar como este está constituído diante de seus diversos subprocessos. Em seguida, será necessário realizar uma alocação dos custos encontrados, direcionando aos bens produzidos através de rateios e/ou critério de uso direto, a fim de compreender até que ponto estes custos podem afetar os bens movimentados. Para Novaes (2001, p. 249), “um dos princípios básicos do custeio ABC é procurar alocar os custos de forma direta, sempre que possível”.
Neste ponto, para realização desta alocação, será necessário identificar os direcionadores de cada atividades, que em atuação, ajudará na distribuição eficiente destes custos, e em continuidade, analisará as deficiências do desenvolvimento do processo, caso exista, na medida em que também definirá padrões de excelência para as atividades em questão. Em outras palavras, encontrados os custos de cada atividade, que num conjunto compõe o custo do processo de distribuição, serão alocados a cada produto, de forma sistêmica, proporcionalmente a utilização de cada atividade.
Para identificação da relevância de cada tarefa, assim como nos direcionadores de recursos, os direcionadores das atividades, devem ser identificados através de análises e estudos de seus processos de atuação, a fim de se mensurar tais indicadores. Identificados à relação de causa e efeito de uso dos recursos comumente atribuídos à atividade e aos bens, podemos avaliar as possibilidades de diminuição destes custos, ou buscar melhorias nos processos de trabalho, cobrando dos responsáveis pelo seu uso, medidas estratégicas de uso compensatório. Percebemos assim, que a utilização desta ferramenta de gestão, poderá apontar as deficiências nos processos de trabalho e/ou possíveis arbitrariedades na alocação dos recursos a cada setor.


Inegavelmente, o método ABC, embora exija um esforço maior de levantamentos de dados e de análise, permite definir com maior precisão e propriedade os custos, seja de produtos, seja de serviços. Em logística, a aplicação do sistema de custeio ABC pode trazer resultados altamente positivos. (NOVAES, 2001, p. 278)

Para conclusão da análise dos custos envolvidos à atividade logística, é inegável a visualização dos benefícios trazidos pelos critérios abordados pelo custeio ABC. As entidades já se encontram diante de melhorias na mensuração dos custos totais e das otimizações de seus processos de trabalho na aplicação de sua metodologia.

3. Distribuição Física e os Processos de Terceirizações

Por fim, é importante em análise aos mercados de atuação, que as empresas visualizem se é possível ganhar uma maior competitividade em seu negócio e ainda diminuir cada vez mais seus custos, através da opção de terceirização de seus processos logísticos, em especial a distribuição. Esta opção será resultado de diversos estudos de mercado e de utilização dos critérios de custeios, a fim de se perceber se vale à pena está cada vez mais próximo ao seu consumidor ou não, ou se essa opção não acarretará numa diminuição relevante dos custos totais. Em face deste ponto, vemos que forças competitivas estimulam uma nova visão para a terceirização em direção à manufatura, baseada em uma filosofia de alinhamento e amaciamento do padrão de fluxo. Essa visão de terceirização produz mudanças significativas na indústria e varejo, onde um padrão de fluxo hierárquico distinto evoluiu dentro das empresas, redefinindo a base inteira de relacionamento de negócio entre compradores, fornecedores e distribuidores.
As principais razões para a terceirização incluem fatores de capacidade dos recursos, fatores de serviço, fator de preço e fatores ambientais. As prioridades de terceirização mudam no tempo, dependendo do estágio de desenvolvimento e maturidade do produto. À medida que a fase de maturidade começa, o preço torna-se um fator competitivo dominante. Consequentemente, as empresas devem considerar as questões de eficácia de custos na configuração de sua manufatura. A chave para uma boa reestruturação nas empresas é manter o foco nas atividades básicas e mais importantes das mesmas, e terceirizar os demais serviços. Partindo desse pressuposto, a natureza da terceirização tem mudado e aumentado em frequência o volume de transações, bem como amadurecimento de seus termos e características.
A ressalva para a terceirização é de que as empresas devem avaliar questões como quais produtos devem ser terceirizados, mediante considerações estratégicas de como definir os critérios para selecionar esta atividade, bem como avaliar a natureza de utilização da terceirização ao longo do tempo, vista as alternâncias dos mercados em contraste ao ciclo de vida final do produto.

Existe uma conexão crítica entre a função de terceirização e as três dimen¬sões do modelo de operações e logística globais. A função de terceirização afeta a dimensão funcional, pois está envolvida diretamente com a logística de entrada. A conexão com a dimensão setorial dá-se por meio de uma avaliação das possíveis alternativas disponíveis para parceria. (NOVAES, 2001, p. 250)

Conclusão

Em síntese, podemos perceber a importância da atuação da atividade logística dentro das diversas empresas, já que esta atua com um foco nos resultados eficientes das operações. Em contrapartida, percebe-se que há uma grande necessidade de implantação de um acompanhamento na sua utilização, devido à grande inserção de seus custos. A gestão eficiente da logística integrada utilizará entre diversas ferramentas aos seus processos, a customização do critério ABC, já que este critério facilmente identifica as deficiências de alocações de recursos e das atuações das tarefas. Finalmente, ressaltamos ainda que as empresas, diante de situações de melhorias, podem optar em terceirizar alguns de seus processos logísticos. Tradicionalmente, as empresas varejistas, no intuito de aproximar-se cada vez mais de seus consumidores, adotam esta medida, levando centros de distribuições avançados para aperfeiçoarem as relações de vendas. A opção de terceirizar a distribuição física, que também estará ligada a uma diminuição direta dos custos das empresas, é fundamental para o êxito das organizações, pelo fato deste processo estar mais próximo aos clientes. Entregar produtos com qualidade, sem riscos de avarias e em tempo hábil, representará um diferencial competitivo na busca por consumidores, além de ajudar a manter a imagem institucional das empresas.





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